Como é feito o exame toxicológico?
Para entender como é feito o exame toxicológico, é importante entender para ele que serve e qual o seu objetivo. O exame toxicológico de larga janela de detecção é preciso e capaz de identificar todas as drogas lícitas e ilícitas consumidas antes da coleta dos fios. Graças à sua eficácia, desde 2016 o Denatran exige que todos os motoristas profissionais realizem este exame para obter ou renovar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) nas categorias C, D e E, a fim de reduzir o número de acidentes em estradas e rodovias causados pelo uso de entorpecentes.
Entenda mais sobre o que é exame toxicológico.
Coleta de cabelos ou pelos
O objetivo do exame é analisar a queratina presente nos cabelos, pelos ou unhas. Esse material é capaz de preservar por bastante tempo as substâncias utilizadas e metabolizadas no organismo. Por isso, é mais eficaz, sendo capaz de detectar drogas por períodos de 90 dias ou mais.
Para esse exame, apliques e dreads não são aceitos, porque o cabelo deve ser natural. Já cabelos com química podem ser coletados normalmente.
O procedimento é indolor e não afeta a estética do motorista.
Como é feito o exame toxicológico no laboratório?
O método de teste toxicológico que utilizamos na ChromaTox é a Cromatografia Líquida (LC) acoplada à espectrometria de massa (MS/MS), ou, para abreviar, LC-MS/MS. Esta é uma técnica que pode ser usada para analisar diversos compostos, orgânicos e inorgânicos, encontrados em amostras ambientais e biológicas.
Quando recebemos uma amostra de cabelo em nosso laboratório, ela é lavada para a remoção de depósitos químicos no exterior dos fios. Depois disso, o cabelo é desintegrado por processos químicos ou mecânicos para que se forme uma pasta ou líquido.
A amostra é purificada através de um processo químico chamado extração em fase sólida, que remove substâncias indesejadas, mas retém as drogas e os metabólitos. Assim, ela passa por um material absorvente sob pressão. Este é o processo de Cromatografia Líquida (LC).
Substâncias diferentes passam pelo material absorvente em velocidades diferentes, o que nos possibilita separá-las em seus componentes individuais. Quando separados, podemos introduzir os componentes no espectrômetro de massa, que utiliza uma fonte de íons para reduzir os componentes do cabelo a íons, sua menor forma possível.
Quando o composto é introduzido na MS/MS, a primeira MS ioniza o composto em poucos e específicos pedaços. Estes pedaços, ou fragmentos moleculares, são específicos para cada substância individual e são chamados de íon pai. Os íons país produzidos pela primeira MS são filtrados para permitir que fragmentos específicos entrem na segunda MS. A segunda MS transforma os íons pai e os fragmenta em íons produto, que são altamente específicos. Esses íons são a “impressão digital molecular” que identificará a substância sendo testada, sem margem para dúvidas. Os componentes são identificados através de dois processos: cromatografia e espectrometria.
O processo é preciso e minucioso, mas também longo e utiliza vários equipamentos caros. Por este motivo, uma amostra pode também ser testada para a substância alvo através de um teste de imunoensaio. No teste de imunoensaio, uma substância química é adicionada à amostra para causar uma reação, o que indica se ela está presente.
Quando o teste de imunoensaio retorna com resultado positivo, este é considerado um resultado positivo presuntivo e o laboratório onde o teste foi efetuado deve efetuar o teste de LC-MS/MS, que fornece maior detalhes e, mais importante ainda, informações para a identificação e quantificação da substância presente.
Coleta de cabelos ou pelos
O exame toxicológico detecta os seguintes tipos de drogas:
- Maconha e derivados
- Cocaína e derivados
- Anfetaminas
- Metanfetaminas
- Ecstasy
- Heroína
- Morfina
- Codeína
- Oxicodine
- Anfepramona
- Femproporex
- Mazindol
O exame toxicológico não detecta consumo de energéticos, antidepressivos, álcool, anabolizantes, calmantes e similares.
O que pode alterar o resultado do exame toxicológico?
O exame toxicológico de larga janela de detecção é considerado um dos mais confiáveis. Não existe um método capaz de alterar a análise.
Inclusive, estar próximo de alguém que esteja consumindo droga também não oferece risco de alteração no resultado do exame toxicológico.